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CONTEMPORÂNEA - Número 10 - Maio de 2021

EDITORIAL

 

A Contemporânea volta ao público da maneira como lhe é própria, de surpresa, e com um tema que se nos impõe, a vida sob pandemia. Mas a abordagem é pouca acadêmica, mas nem por isso menos precisa. A voz é de crianças e jovens, pronunciadas nos começos da pandemia, e de adultos junto com eles, vozes que emergem na experiência do confinamento e do cuidado junto a pequenos e pequenas.

 

Então, são variados os escritos aqui à disposição. Relatos breves e mais longos, entrevistas e composições diversas, de crianças e jovens do Uruguai, da Argentina e do Brasil, resultados da espontaneidade que ganha forma nas letras de cada idioma, de cada horizonte de palavras, sintaxes e gramáticas que expressam a experiência de cada uma e cada um. Igualmente, adultos e adultas falam de si e do que têm vivido nesses dias tão surpreendentes.

 

Os textos estão organizados em ordem dos escritos das crianças mais novas até as jovens, intercalados, em alguns momentos, com textos de adultos. Assim, protagonizam neste exemplar aquelas e aqueles que estão tendo a ímpar experiência de viver sob pandemia, o que pode ser entendido como um assalto à infância e à juventude, mas que é também um momento de novos relacionamentos e aprendizados, como narram as autoras e os autores a seguir.  

Na pauta do dia o isolamento social, consequentemente, a coletânea de textos que aqui trazemos falam de saudades, do desejo do retorno à normalidade, das novas rotinas. Embora passeamos por três países da América do Sul, a pandemia é o fio condutor, portanto, nos revela que nossas diferenças de nacionalidades se desfazem diante da crise sanitária mundial – orquestrada por um vírus que mostra nossa insuficiência e fragilidade – que implicou em alterações profundas nas práticas cotidianas, impactando também a subjetividades de crianças, jovens e adultos.

 

Importante dizer novamente que as formas de expressão foram livres, sem engessamentos quanto à formatação, de modo que nos deparamos com várias linguagens que sinalizam as amarguras do tempo presente e o anseio pela chegada do tempo futuro. Seguimos desejando, juntamente com as pequenas e pequenos (ou nem tão pequenas e pequenos assim), dias melhores, mais afetuosos, coloridos, felizes. Para isso, no entanto, precisamos, como adultos e adultas, retomar a responsabilidade com o mundo e, consequentemente, com as crianças e jovens, para que algo dele possa ainda ser experienciado e aprendido.

 

Alexandre Fernandez Vaz

Gisele Carreirão Gonçalves

Michelle Carreirão Gonçalves

(Organizadores)

 

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